segunda-feira, 3 de março de 2014
Meus poemas, minhas crias
domingo, 2 de março de 2014
Escrevendo na pedra do tempo
espalhando mundo fora
as taras e vaidades
Outros escrevem suas mágoas
esperando que o rio
despeje no mar
Os poetas maiores, porém
mesmo se já moram no Além
escrevem verdades
E afeiçoam o espaço
à força e beleza
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Mergulho fundo por mim a dentro
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Porque sou o centro do Universo?
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Coisas de dentro de ontem fora do tempo
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Palavras danadas de nadas
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Cigana parida na palha espalhada no chão do curral
In Minha Pátria Montanha (Ver o Verso Edições – Dezembro 2005).
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Outras formas de dizer “amo-te”
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Porque não trocas de mulher?
(Epigrama)
A um amigo do peito
com faceta de poeta
e o seu quê de machista
que a legítima benquista
se diverte a judiar
pergunto eu a preceito
e na hora certa:
«- Porque não trocas de mulher?!
Tens muito por onde escolher
e uma poetisa de génio
vinha-te mesmo a calhar»
Responde-me ele de pronto
nada tonto
e sem se desmanchar:
«- Porque não encontro outra igual
e mal por mal
melhor será com esta ficar.»
«Depois já não tenho paciência
nem idade
para outra mulher ensinar
e esta já domina a ciência
de bem me aturar»
«E, para quê mentir?
Desta iria sentir
uma infinita saudade»
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 28 de
Julho de 2010
Henrique António Pedro
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Poeta aprendiz de como ser feliz
Sopro a sopro sopra o vento
chama a chama arde a fogueira
raio a raio estala o trovão
Monte a monte se ergue a montanha
grito a grito se espalha a revolução
sorriso a sorriso se acende a paixão
Grão a grão se semeia a seara
a galinha enche o papo
sara a ferida o esparadrapo
Dia a dia se ganha a vida
se esconjura a má sorte
e se adia a morte
Verso a verso se escreve o poema
nota a nota se compõe a canção
dúvida a dúvida se lança o dilema
O fogo como se apaga?
Como se amaina o trovão?
E como se ceifa a seara?
A verdade como se alcança?
Como se ganha a revolução?
E como se acalma a paixão?
O poema como se declama?
E a morte como se mata?
Como se vai ao além?
Tudo isto e mais a amar
ando eu a aprender
também
Poeta
mero aprendiz
de como ser feliz
Alguém me diz?
Vale de Salgueiro, terça-feira,
16 de Março de 2010
Henrique António Pedro
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Se acaso me ler
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Poema abandonado numa mesa de café
Uma flor
Uma rosa perfumada
que esmaeceu
abandonada numa mesa
de café
depois que se
consumou a longa espera
e a amada do poeta
não compareceu
Um poema
abandonado numa mesa
de café
por um poeta ferido
traído no seu amor
foi o que foi
é o que é
deu no que deu
Reticências
uma vírgula
um ponto final
gravados numa folha
de papel
em branco
numa mesa de café
sobre a qual repousa
uma flor
esmaecida
de um poeta
esquecido
traído no seu amor
É um poema de pranto
escrito numa folha de papel
em branco
Vale de Salgueiro, sábado,
18 de Maio de 2013
Henrique António Pedro