sexta-feira, 6 de abril de 2018
O problema é que ...
segunda-feira, 2 de abril de 2018
O cântico dos estorninhos
terça-feira, 27 de março de 2018
As pedras de Pinetum levitam no tempo
As
pedras de Pinetum levitam no tempo
As pedras de Pinetum levitam no tempo
apenas mudam as paredes
as pontes
as fontes
em que se concertam
os poemas que despertam
e espevitam o sentimento
Pedras alçadas em muralhas
em campos de batalhas
vias, becos e calçadas
bordejadas de mecos
e de etéreos marcos miliários
são a memória da História
Deslavadas pelo rio
puídas pelo vento
erguidas em ideia
areia
e cimento
são muros mudos
Nada dizem do futuro
próximo ou distante
falam do passado estuante
sombrio
não relatado nos anais
As pedras de Pinetum levitam no tempo
fazem eco
são sinais
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 20 de Agosto de
2012
Henrique António Pedro
domingo, 25 de março de 2018
Mirandum Mirandela
Mirandum se foi à
guerra
ficou Mirandela na
terra
a carpir suas saudades
a afogar fráguas nas
águas
que por entre fragas
correm, correm sem cessar
Qual moira encantada
mira-se ela
Mirandela
nua no rio Tua
em noites de luar
à espera dalgum
mirandum
que a venha
desencantar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra do ultramar
ficou na terra Mirandela
à espera de ele
voltar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra da
emigração
mesmo livre de
namorar
a nenhum mirandão
Mirandela
nem por fantasia
quis seu coração dar
Mirandum se foi à
guerra
à guerra da fantasia
ficou mirandinha Mirandela
sozinha mas desperta
à espera de algum
poeta
que com sua poesia
a venha glorificar
Vale de Salgueiro, segunda-feira,
12 de Abril de 2010
Henrique António Pedro
quinta-feira, 15 de março de 2018
As águas do meu rio Rabaçal
quarta-feira, 14 de março de 2018
Crepúsculo transmontano
terça-feira, 13 de março de 2018
Minha Mátria Terra Quente
domingo, 11 de março de 2018
Assobiando aos bois no bebedouro
Aprendi com Vinícius
velho criado de servir de meu avô João
a assobiar aos bois no bebedouro
quando regressavam do pasto
ao fim do dia
depois do lauto repasto
de feno
ferrã
e grão
Que prazer era vê-los beber
em manso remanso
de beiços a beijarem a película líquida
amansados pelo meu assobio
e a olharem-me de soslaio
com seus olhos cor de mel
a dizerem-me que lhes agradava a lânguida
melodia
De novo agora ensaio
sem desdouro
com os lábios em bisel
com o enlevo
e a nostalgia
de quando menino
enquanto escrevo
esta poesia
e sorrio
do meu destino
iiuuu, iiuuu, iiuuu…
in Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
quinta-feira, 8 de março de 2018
Até parece que só neste dia é que há mulheres
terça-feira, 6 de março de 2018
A destempo no tempo da eira
domingo, 4 de março de 2018
Minha Pátria Montanha
quinta-feira, 1 de março de 2018
Das terras de Trás-os-Montes apartou Deus o mar
Das
terras de Trás-os-Montes apartou Deus o mar
para
que transmontano soubesse
que
coisa é emigrar
e
do lado de cá aprendesse
a
força da palavra amar
e
do lado de lá sentisse
que
sabor tem ter saudade
Das terras de Trás-os-Montes apartou Deus o
mar
um oceano de granito e xisto
deixou em seu lugar
para que transmontano aprendesse
que coisa é labutar
Das terras de Trás-os-Montes apartou Deus o
mar
férteis veigas de húmus
deixou em seu lugar
para que transmontano aprendesse
a colher e a semear
Em terras de Trás-os-Montes
na parte mais altaneira
criou Deus a Montanha
com semente de castanha
E na parte mais ribeira
plantou a Terra Quente
com ramos de oliveira
trazidos do Oriente
in “Minha Mátria Terra Quente” (1.ª Edição
Abril 2005)
Henrique António Pedro