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domingo, 25 de março de 2018

Mirandum Mirandela



Mirandum se foi à guerra

ficou Mirandela na terra

a carpir suas saudades

a afogar fráguas nas águas

que por entre fragas

correm, correm sem cessar

 

Qual moira encantada

mira-se ela Mirandela

nua no rio Tua

em noites de luar

à espera dalgum mirandum

que a venha desencantar

 

Mirandum se foi à guerra

à guerra do ultramar

ficou na terra Mirandela

à espera de ele voltar

 

Mirandum se foi à guerra

à guerra da emigração

mesmo livre de namorar

a nenhum mirandão Mirandela

nem por fantasia

quis seu coração dar

 

Mirandum se foi à guerra

à guerra da fantasia

ficou mirandinha Mirandela

sozinha mas desperta

à espera de algum poeta

que com sua poesia

a venha glorificar


Vale de Salgueiro, segunda-feira, 12 de Abril de 2010

Henrique António Pedro

 

 


 

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