Gerou-se vento
a destempo
no tempo
da eira
Que levantou palha
e poeira
lhe agitou a saia de cambraia
e lhe soltou a cabeleira
Liberta-se malsão
um putativo pensamento
sem siso
nem tino
no pino do Verão
Um desejo
A ideia
de um beijo
que serpenteia
qual pulverinho
de euforia
no coração
Lança-se em correria louca
de alegria
para detrás do palheiro
Não tarda ouve-se um grito
aflito
um esgar
de aflição
de mulher desflorada
sua triste nova condição
O choro soluçado
pelo amor primeiro
que se foi embora
feito folha solta
e já não volta
mais
Um queixume prolongado
agora
Ais
de mãe solteira
a varrer a eira
rodeada da filharada
de muitos pais
in Anamnesis- 2106
Um poema dolorido!
ResponderEliminarMuito bonito!