quinta-feira, 14 de novembro de 2019
Auuuuu…Auuuu…Auuuuu...
terça-feira, 12 de novembro de 2019
A canção de amor de Dores Roha
segunda-feira, 14 de outubro de 2019
Falar de amor por falar
Apraz-me falar de amor por falar
despreocupadamente
seja com que mulher for
Madura
balzaquiana
adolescente
mundana
casta
beata
rameira de vida indevida
casada
solteira
ou simplesmente nubente
Estando apaixonados
ou nem tanto
Enamorados pela vida e pela verdade
com o encanto do vento
que sopra tal encantamento
por nós a dentro
sem nos causar ansiedade
Em tarde morna de Outono
ou em dia tórrido de Verão
enquanto tomamos chá
café ou laranjada numa esplanada
ou à lareira para espantar o sono
sem outra condição
que não seja misturar amor, arte e fé
Passeando à beira mar de mãos dadas
mesmo sem nada dizer
Ou deitados desnudos
na praia
na cama
ou em qualquer outro lugar
Assumida que seja entre nós
a uma só voz
a inocência cristalina de ser o amor
a razão única que nos anima
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 9 de Dezembro de 2009
Henrique Pedro
quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Melopeia nupcial
Ouvi
de um sibilino espírito de virtude
que etéreo habita o mítico templo do conhecimento
esta sábia sentença, que assumi como fadário:
«Só o fogo do amor vence o frio da vida terrena
mantém o corpo ágil e livre do envelhecimento torpe
e rasga com luz a sombra da noite da morte.»
Deitei-me nu
com a minha amada desnuda
virgem
imaculada
em alvos lençóis de linho cru
da cor da geada
em noite escura e fria de Inverno
à procura do fogo eterno
da felicidade
Logo ao primeiro beijo se inflamou o desejo
como se beberamos vinho
e os lençóis tecidos de áspero linho
se converteram em fina e rendilhada cambraia
e os corpos enlaçados em suave movimento
se iluminaram na obscuridade do aposento
da mais doce e sublime luminosidade
Acendeu-se a chama do amor no frio da noite escura
almas envoltas em vapor de ternura e paciência
sublime ignescência do fogo que arde e não queima
felicidade que não tarda e perdura
por tempo indeterminado
E os alvos lençóis de linho da cor da geada
transformados logo ao primeiro beijo
na mais fina e diáfana cambraia
ficaram rendilhados por fios do meu sémen quente e incolor
e pela cor carmim do sangue rosa da minha amada
produto do nosso amor e desejo ardente
E o fogo do amor daquela noite de núpcias sentida
gravou para sempre nas nossas almas e mentes
com fios de ternura, sémen e sangue rosa carmim
o destino e boa sorte que perdura pela vida
e que assim sobrevirá feliz para lá da morte
Vale de Salgueiro, 18 de Novembro de 2007
Henrique Pedro
quinta-feira, 3 de outubro de 2019
Amor de Outono
Perde o Verão o entono da paixão
a partir do nono mês
quando o Outono sazão
faz valer o brilho
da sua palidez
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Estrela do poeta e do pastor.
Quando o Sol se põe e muda de posição
deixando atrás de si um resplendor alaranjado
que se desvanece e me deixa extasiado
enquanto o céu escurece
Já a Lua brilha cristalina
já se acende a estrela vespertina
depois outra após outra marchetando o Firmamento
que por fim se ilumina
de um cerúleo polimento mais abrangente
Nenhuma ideia brilhante
nenhuma palavra redundante
uma rima sequer de dor ou de amor
indiciam poemas na minha mente
Nem eu tristonho me predisponho a poetar
assim mergulhado na soledade do fim do dia
extasiado com a serenidade da contemplação
sob o olhar da Lua que em silêncio percorre o céu
e me olha
como se estivesse ali postada
ela sim
para a mim me contemplar
e cobrir com o seu véu
Mas eu não tenho dilemas
penas para espiar
ninguém para namorar
nada de poemas
um verso que seja para escrever
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
Na contramão do mundo
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
No imo de mim
terça-feira, 20 de agosto de 2019
E a si, que lhe diz este poema?
quarta-feira, 24 de julho de 2019
WC
Muitas
ideias deslavadas
surgem-me
na casa de banho
no vulgo
wc
enquanto
me lavo, afeito, barbeio e amanho
ou
faço coisas menos perfumadas
já
se vê
Quando
me vejo ao espelho
e reparo
que um certo “eu” me olha olhos nos olhos
poético
patético
calado
ensaboado
ou quando
me dou conta que mais um cabelo caiu
ou que
uma nova flor de ruga floriu
Há
pensamentos que batem no vidro
e
se reflectem em retorno
como
se de meras imagens se tratasse
e
vêm refractar-se em mil cambiantes de angústia
no
espelho embaciado da minha alma
Mas
quando alguma ideia mais angustiada
cheira
mal que tresanda
ou
me causa dor
lanço
mão do vaporizador
e
purifico o espírito e o ar
com
borrifos de lavanda
Como
se vê
até
no wc há lugar para a fantasia
quando
se tem a alma inundada de poesia
Vale
de Salgueiro, quinta-feira, 13 de Novembro de 2008
Henrique
António Pedro
sábado, 20 de julho de 2019
Ora abóboras…
Este poema sensaborão
é a primeira abóbora que
despontou na minha horta
neste Verão
Que eu ofereço com alegria aos
deuses da poesia
para que jamais me falte a
inspiração
para cozinhar
saborosas sopas de versos
É uma abóbora amarelada
rechonchuda
com um pequeno pedúnculo que o
ligou à erva mãe
para se alimentar
e que agora apenas serve para se
lhe pegar
Assim sendo nem os mais
perversos se atreverão a dizer
que este poema
não tem ponta por onde se lhe
pegue
Até porque também tem o coração
repleto de sementes
as pevides
que depois de secas e de novo lançadas
à Terra
irão reproduzir novos poemas
com que se poderão cozinhar
novas saborosas sopas de poesia
A primeira abóbora que
despontou na minha horta
neste Verão
é este poema sensaborão que só
não aplaudirá
quem não gostar de sopa de
abóbora
ou não perceber pevide
de poesia
Ora…
abóboras
Vale de Salgueiro, terça-feira,
16 de Junho de 2009
Henrique António Pedro