Do
chão
Apanho
um punhado de areia
Para
de mão erguida
A
abrir de seguida
E
deixar que as areias
Uma a
uma
Retornem
à duna
Assim
me abstraio da minha ansiedade
Até
que resta só
O pó da saudade no ar
E
dessa
Não
me consigo libertar
Porque nenhum vento passa
Por
perto
Que para
longe a faça soprar
Do
chão
Apanho
outro punhado de areia
E
lanço-a no ar
Do
deserto
Onde
se não divisa nenhum caminho
É por
aí que segue o meu destino
À
noite
Lanço
outra mão cheia de areia
Ao
vento
No
espaço aberto do deserto
Para
saber
De
que lado está o vento
A
soprar
Uma
mão cheia de areia
Outra
de deserto
A
desertar
Vejo
a Estrela do Norte no céu a fulgir
Ouço
o Cosmos a tilintar
É
minha amada que me está a sorrir
São
horas de em amor
Ao
luar
Me
banhar
Mais
a norte
Ouve-se a morte a ribombar
Daniel Monforte, Legião
Estrangeira
(Algures
no Deserto do Sahara)
iv-viii-mmix