Triste, triste, será morrer sem saber porque se viveu!
Se porventura não
existis, ó Deus, então eu Vos suplico:
- Criai-Vos!
Não deixeis a nas
mãos dos homens
ignorantes ou sábios
que apenas inventam
diabos
Eu não passo de um
pobre ser, Senhor!
Que não sabe o que é
o bem ou o mal
que anda no mundo
por ver os outros andar
e que por isso agora
humildemente Vos suplica:
- Se acaso não
existis, ó Deus, então, criai-Vos!
Para que possamos
acalentar a esperança
ainda assim
de um dia sermos
felizes num qualquer outro lugar
e de compreender os
mistérios que nos esmagam
A começar pelo
estranho princípio que nos faz nascer
sem que ninguém nos
diga com que fim
e morrer sem que ninguém
nos pergunte se tal desejamos
e nos diga para onde
vamos
se é que vamos para algum
outro lugar
e não apenas em húmus
nos vamos transformar
Mas se entenderdes,
ó Deus, com tudo isto
que a Vossa existência
não é relevante
então, ainda assim
não deixeis que seja
o homem perverso
diletante
a governar o Universo
Vede, Senhor, como
trataram Jesus Cristo
o que fazem uns aos
outros
e à própria Terra
que os sustenta
Ó Deus!
Se porventura não
existis, eu Vos suplico:
- Criai-Vos!
Vale de Salgueiro, quarta-feira,
14 de Abril de 2010
Henrique António Pedro