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quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Se porventura não existis, ó Deus!



Triste, triste, será morrer sem saber porque se viveu!

Se porventura não existis, ó Deus, então eu Vos suplico:

- Criai-Vos!

 

Não deixeis a nas mãos dos homens

ignorantes ou sábios

que apenas inventam diabos

 

Eu não passo de um pobre ser, Senhor!

Que não sabe o que é o bem ou o mal

que anda no mundo por ver os outros andar

e que por isso agora humildemente Vos suplica:

- Se acaso não existis, ó Deus, então, criai-Vos!

 

Para que possamos acalentar a esperança

ainda assim

de um dia sermos felizes num qualquer outro lugar

e de compreender os mistérios que nos esmagam

 

A começar pelo estranho princípio que nos faz nascer

sem que ninguém nos diga com que fim

e morrer sem que ninguém nos pergunte se tal desejamos

e nos diga para onde vamos

se é que vamos para algum outro lugar

e não apenas em húmus nos vamos transformar

 

Mas se entenderdes, ó Deus, com tudo isto

que a Vossa existência não é relevante

então, ainda assim

não deixeis que seja o homem perverso

diletante

a governar o Universo

 

Vede, Senhor, como trataram Jesus Cristo

o que fazem uns aos outros

e à própria Terra que os sustenta

 

Ó Deus!

Se porventura não existis, eu Vos suplico:

- Criai-Vos!

 

Vale de Salgueiro, quarta-feira, 14 de Abril de 2010

Henrique António Pedro

1 comentário:

  1. Grato pelo tempo e esforço que você investiu na elaboração de uma postagem tão informativa. Obrigado!

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