Noto no seu olhar um ar de espanto
sempre que a olho
embevecido
Como a perguntar-me em silêncio
porque a miro
assim tão enternecido
Também a mim me interrogo
desde logo
sobre a razão de ser
deste meu quebranto
Será que também ela assim me mira
e se admira
do que sente por mim?
Sim. O amor é isso. É assim!
É um lampejo de verdade
uma fugaz eternidade
em que nos sentimos encantados
fascinados
Um deslumbramento
um confuso pensamento
em que a nossa alma fica presa
muda
fascinada
sem que lhe ocorra dizer nada
apenas ficar calada
pasmada
De mão dada
Um olhar de amar sem nada ver
ou ouvir
apenas a sentir
o coração bater
Esta a razão pela qual nos sentimos estranhos
quando amamos
Vale
de Salgueiro, terça-feira, 14 de Abril de 2009
Henrique
António Pedro