Entre outros quiçá mais
relevantes
descobri que tenho o TOC
que nada de mal acomete
de procurar TOC`s nos "post`s" que leio
nas páginas de fantasia que hoje
em dia
proliferam na Internet
e nas quais me enleio
Atenção que quando escrevo TOC
não me refiro ao toque onomatopaico
do arcaico Guerra Junqueiro
poeta inteiro
que era duma terra perto da
minha
quando escreveu genialmente
“A Moleirinha” bem conhecida de
toda a gente:
«Pela estrada fora, toque,
toque, toque
Guia o jumentinho uma velhinha errante
Como vão ligeiros, ambos a reboque,
Antes que anoiteça, toque, toque, toque
A velhinha atrás, o jumentinho adiante!...»
Muito menos ao toque-toque do
teclado
quando siderado escuto o bater
das teclas
nos distantes Brasil
Austrália
China
ou na diletante Conchinchina
que com emoção chega até mim
Esses toques são outros tantos
TOC`s
Refiro-me antes ao Transtorno
Obsessivo-Compulsivo
que poderá ser bem mais
agressivo
tomar a forma do insulto
permanente
da perseguição sistemática
da obscenidade maníaca
Ou até ao TOC ridículo
que leva o poeta a coçar o
testículo
à frente de toda a gente
De nada disto eu me queixo
mas aqui deixo sem remoque
o seguinte apelo
Descobre o teu TOC
trata-te
sê feliz e deixa os outros também
sê-lo
sem o selo da descriminação
Tem o povo razão quando diz:
«De poeta e de louco todos
temos um pouco»
Vale de Salgueiro, quarta-feira,
25 de Agosto de 2010
Henrique António Pedro
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