terça-feira, 9 de abril de 2013
Nem a mim nem ao mundo
A vida é uma frustração
o cosmos um caos
e o universo
pouco mais que um verso
O amor
é uma flor
e a Terra
dizem
um paraíso perdido
Dor
é aberração
e sofrer
não tem sentido
Eu
vagabundo
apesar do muito que já
vivi
amei
e sofri
continuo sem me
entender
Nem a mim
nem ao mundo
Forçoso é viver
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Aqui tão perto de nós, o Além
A vida
não é o momento em
que vivemos
começa antes de
nascermos
e vai mais além
Mas não é além
no horizonte
o Além
É já ali
numa avenida da vida
na angústia perdida
aqui
além
ao virar da esquina
da ilusão
A norte da morte
a sul da saudade
oriente da esperança
poente da ambição
dança e contradança
do coração
Viver e morrer
é destino de toda a
gente
infortúnio e
felicidade
mentira e verdade
inexoravelmente
Todos para lá vamos
ninguém de lá vem
do Além
velhos ou novos
trôpegos
sôfregos
mais velozes que
qualquer avião
Vale de Salgueiro,
terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010
Henrique António Pedro
sexta-feira, 5 de abril de 2013
AQUI…
Aqui, cume do monte
dominante
De um reticulado
curvilíneo
De colinas moldadas no
fascínio
Da alma do poeta
diletante
Aqui, nasceu, em mim,
a poesia
Pela magia do
amanhecer
Com reflexos de fé e
bonomia
Que também brilham ao
entardecer
Aqui, sempre me quedo,
radiante
À hora que o Sol se
põe, sanguíneo
Por detrás do
horizonte distante
Aqui, face ao Mundo a sofrer
Ao Senhor dos Aflitos eu
pedia
Não deixasse, Ele, de
lhe valer…
Vale
de Salgueiro, domingo, 10 de Agosto de 2008
Capelinha
do Senhor dos Aflitos (Alto da Serrinha)
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Vivo ameaçado de morte
A vida não passa
de permanente ameaça
de morte
Tenho medo!
Sinto-me perseguido
angustiado
Esperava melhor sorte
Sou forçado a viver
condenado a morrer
Procuro
por isso
um lugar seguro
no Universo
longe ou perto
onde me possa esconder
e refugiar
Para lá me libertar
poder livremente viver
e amar
sem sofrer
E sem ter que pagar
o preço de perecer
terça-feira, 2 de abril de 2013
A uma poetisa sublime
Maior é
o meu enamoramento
agora
que se cumpre mais um ano
deste fastidioso
afastamento
Componho
um ramo de versos perfumados
colhidos
no âmago do meu jardim
e floridos
em rimas de ternura
que
enfeito de mil beijos e desejos
aspergidos
com o viço das rosas
e a candura
do jasmim
O mesmo
mágico perfume
com que
me incensavas
e me enfeitiçavas
tu
a mim
A que junto
um cartão de oiro debruado
alvo como
pétala de açucena
completamente
virgem e branco
para
que sejas tu
com o
teu génio e encanto
a
gravar nele o teu melhor poema
que eu
sei
fala
do teu
amor
por mim
Ramo
que ato
com forte
e terno abraço
e
remato
com o esplendoroso
laço da amizade
selado
com o selo da verdade
E que
remeto
pela
via da saudade
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