quinta-feira, 7 de abril de 2016
A minha alma é caos e cosmos
A minha alma é
caos e cosmos
O mundo em que
tudo existe
acontece
persiste
e desaparece
O lugar onde amor
e dor
coexistem
É o espaço em
que giram todas as galáxias
e universos
conhecidos
e os que estão
ainda por descobrir
Onde as estrelas
brilham
os ventos
sopram
troam trovões
e palavras
se concertam
em versos
e poemas
É o mundo em
que batem corações
e se levantam
questões
e dilemas
Sobretudo aqueles
que ninguém entende
ou não têm
resposta
nem dentro dela
nem fora de mim
A minha alma é
caos e cosmos
O hiperespaço
em que aconteço
e me mereço
sem saber que
pensar
que dizer
o que fazer
a não ser
caminhar pé
ante pé
É o templo
sem tempo
onde se acende
a chama da minha fé
e Deus
se transcende
sábado, 2 de abril de 2016
A ti quero amar-te de forma diferente
A ti quero amar-te de forma diferente
A ti
quero amar-te de
forma diferente
da que ama toda a
gente
Quero ter-te com ideias
e poemas
sem suor e sem dor
sem palavras
obscenas
Amar-te de verdade
com suavidade
alegria
e poesia
Excitar-te com mil beijos
mil mimos
mil doces súplicas
provocar-te os mais
puros desejos
Deixar que teus
lábios se abram em verso
e que ao tocar os
meus soltem faíscas
que electrizem toda
a pele
e incendeiem o
coração
Esperar que o brilho
dos teus olhos
acenda nos meus
a luz que ilumina
o Universo
Porque
se é o espírito que
ama
a alma que sente
e a mente que tem
prazer
então a paixão é o escopro
que cinzela no corpo
traços de Redenção
Vale de Salgueiro,
domingo, 31 de Janeiro de 2010
Henrique António Pedro
terça-feira, 15 de março de 2016
ANAMNESIS
O mor desejo de um poeta é que a sua poesia seja lida.
Este espaço em que edito virtualmente os meus poemas está prestes a alcançar
as 500 000 mil visitas o que é, para mim, motivo de grande alegria, pelo
que lhe fico eternamente grato pela sua visita.
Anamnesis é a minha nova obra poética.
São 70 poemas em 175 páginas, com 7 ilustrações, produto de uma
inspirada recoleção de memórias.
Anamnesis, na filosofia platónica, é a lembrança de acontecimentos de uma
outra existência. Neste caso trata-se de uma radiografia poética de tempos e
lugares em que fui feliz sem o saber.
Tempos, lugares e afectos que moldaram a minha personalidade e me provocam
agora esta profunda saudade que é amor transfigurado em poesia.
Preço de Anamnesis -15,00 € (portes incluídos)
Pedido para: hacpedro@hotmail.com.
domingo, 21 de fevereiro de 2016
Tacteando a eternidade na obscuridade
Momento
de abulia
triste
de
desencanto
solidão
e resignação
Massajo
o meu próprio crânio
comprimo-o
arranho-o
quase
me dá vontade de o esmagar
para
assim me soltar
mas
mais me entranho
E
sinto uma agradável sensação
entre
mim e mim
entre
cada dedo de cada mão e o crânio
que
retém a Razão
As
ideias fluem
e
refluem
pelos
cabelos
para
os dedos
e
a espaços
pelos
braços
retornam
à mente
Percebo
de repente
que
a mim me acaricio
e
me delicio
a
afagar o meu ego
e
a pensar
E
assim me tomo
de
uma doce e leve sensação
de
serena calma
Dou-me
conta que apalpo a alma
e
tacteio a Eternidade
na
obscuridade
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Um raio de luz
Espraia-se o meu espírito por toda a dimensão do Cosmos
fica o corpo confinado
à Terra
A cabeça
o tronco
os membros
os olhos
os ouvidos
e demais sentidos
entrego-os à Natureza
Deixo que percorram os caminhos que lhes aprouver
sintonizados com a energia telúrica que os anima
faça sol
chuva
ou neve
Por instantes
sou eu
um ser imanente
mais etéreo que o vento
Um raio de luz
ausente
do espaço-tempo
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Lanço esta mensagem ao vento
Lanço esta
mensagem ao vento
em forma de
poético pensamento
apanhe-a a quem
aprouver
Talvez uma ave
a voar
leve no seu
bico delicado
este poema chilreio
transformando o
meu recado
em gorjeio de
amor
Talvez uma
criança sofrida
apanhe os meus
versos do chão
como se fora
uma flor
e logo apareça
um anjo de amor
para a proteger
e lhe dar guarida
para lhe
estender sua mão
Talvez o
próprio vento
agarre o dilema
do poema
se transforme
em furacão
varra
continentes e oceanos
proclamando a
Justiça e a Razão
Talvez um bando
de aves de verdade
emplumadas com
meus poemas
façam ninho nos
jardins e beirais
dos boçais donos
da Terra
e se acabe com a
fome e a guerra
Lanço esta
mensagem ao vento
em forma de
poético pensamento
apanhe-a a quem
aprouver
Sentir-me-ei mais
feliz e inspirado
se o mensageiro
for bem tratado
E me trouxer de
volta como me apraz
um abraço
entusiasmado
um sorriso alegre
de criança
um reflexo de amor
e esperança
um projecto
universal de Paz
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
O amor é doce e inebria
Vivo num mundo
secreto
um universo
aberto
e sonho
um sonho de
verdade
Onde o amor é
doce
e inebria
e a paixão não
impõe condição
Mundo de amor e
poesia
onde o espaço se finda
no infinito
e o tempo se
esgota na eternidade
Mundo que é um templo
de utopia
em que a fantasia
roça a realidade
e não tem sentido
adormecer
Por isso me ponho
a pensar:
se amar é sonhar
para quê
então
acordar
se acordar
for morrer?
sábado, 9 de janeiro de 2016
Amor, simplesmente amor.
Amo
as
árvores que planto
oliveiras,
tílias e pinhos
que com
enlevo vejo crescer
os
animais que me cercam
cães
aves
répteis
que
fazem parte do meu viver
Amo,
simplesmente
como se
de seres vivos se tratasse
as
pedras em que me sento
e as que
com as próprias mãos
alinho
em muros
que
bordejam o caminho
de
encontro ao vento
Amo,
simplesmente
os
poemas que escrevo
com
enlevo
e amo
quem os ler
Amo,
simplesmente
a mulher
por quem me apaixonei
e os
filhos que criei
Amo, simplesmente
a
verdade
a poesia
a
alegria
Amo
a
Humanidade
Amor,
simplesmente amor.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Saudade é amor e solidão
Quereria ficar ela
eternamente
sentados
na fraga
debruçada sobre o lago
em que
costumávamos namorar
em silêncio
em silêncio
abraçados
ao luar
Nas encantadas
noites de Verão
quando o nosso
lema era
apenas:
«Amor e solidão»
Ficávamos de amor
abraçados
sós
e em silêncio
abandonados
em toda a
amplidão do Universo
que em verso
se abria em nosso
coração
Agora que estamos
afastados
de amor apartados
continuamos sós
em toda a
dimensão do Cosmos
que se fechou em
nosso coração
Mas eu continuo a
querer ficar com ela
eternamente
sentados
na fraga
debruçada sobre o lago
em que
costumávamos namorar
abraçados
em silêncio
em silêncio
ao luar
Por isso escrevi
esta poesia sem alegria
que é um estátua
viva de saudade
esculpida na
própria fraga
debruçada sobre o
lago
em que
costumávamos namorar
abraçados
em silêncio
em silêncio
ao luar
Estátua que ali vai ficar erguida
a gritar
para a eternidade
esta dor
sem remissão:
para a eternidade
esta dor
sem remissão:
“Saudade é amor e
solidão”
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