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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

A dor de amar demais

 


A dor de amar demais


Fenece, só e triste, como o ledo lírio

Aquele que ama, com paixão, uma mulher

Se mesmo não a podendo ter como bem quer

Continua a amá-la, feito louco, em delírio

 

E sofre demais o emigrante seu martírio

De sentir-se longe do lar, sem o querer

A mais cruel saudade é o seu sofrer

O desejo do regresso é aceso sírio

 

Também o santo místico que vive na fé

É torturado pelo silêncio divino

Só essa mística paixão o mantém de pé

 

Aquele que mais ama mais sofre, já se vê

Apenas alma grande não força seu destino

E aceita a vida tal como ela é

 

Vale de Salgueiro, 13 de Abril de 2008

Henrique António Pedro

 

domingo, 27 de agosto de 2023

A Poética Criação da Humanidade

 


A Poética Criação da Humanidade


Do barro bruto o Criador criou o homem

Só para Sua recreação e alegria

Bafejando amor divino e poesia

Olvidando as dores que os mortais consomem

 

Porém, tais graças com a poesia eclodem

Que o barro tosco que Deus soprou, ganhou vida

Avivou Adão, tornou Eva apetecida

Dos mil mortais deleites que na Terra ocorrem

 

Ao barro, porém, nosso corpo retornará

Finando-se prazeres e dores com a morte

Só a divina poesia nos salvará

 

Para se livrar da matéria e má sorte

O homem, com poesia, a Deus louvará

Amando como Ele manda sua consorte

 

Vale de Salgueiro, 17 de Abril de 2008

Henrique António Pedro

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Uma paixão histriónica

 


Uma paixão histriónica

(Jocoso)

 

Trago meu pobre coração a arder

É tão triste a minha condição

Tão abrasadora esta paixão

Que o desfecho não posso prever

 

A essa mulher não passo sem ver

Embora forçado pela Razão

A conter-me e a dizer que não

Senão, tudo deitarei a perder

 

Mas ela, com sorrisos e perfume

Com seu doce jeito de me olhar

Mais não faz que atear mais o lume

 

Atónito, não sei como parar

Como sair deste amor, incólume

Paixão histriónica, a queimar

 

Chaves, 19 de Julho de 1965

Henrique António Pedro

 

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Que somos e que é nosso, afinal?

 


Que somos e que é nosso, afinal?


Somos, é sabido, mais que carne e osso

Embora, na verdade, nada seja nosso

Saber, então, o que somos nós, afinal

É, sem dúvida, a questão fundamental!

 

Da paixão que se esfuma fica o fosso

Do poder que nos cega resta o desforço

Da glória que se evola é igual

Digam-me lá o que é nosso afinal?

 

Tão só aquilo que em nós fica gravado

Tudo o que fazemos, por mal ou por bem

Tão só o que desta vida resta, se tem.

 

Poderão ser a virtude ou o pecado

Que nos marcam só a nós e a mais ninguém

E ser-nos útil, ou inútil, no Além.

 

Vale de Salgueiro, 2 de Setembro de 2010

Henrique António Pedro

 

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

O verbo amar

 


O verbo amar

 

A quem se ama, estando presente

Para o nosso amor demonstrar

Basta o verbo “amar” conjugar

Também para quem andar ausente

 

Para criar versos de encantar

Basta o verbo “amar”, tão somente

Palavra, desejo, beijo, mimar

E manifestar quanto se sente

 

Seja erudito ou iletrado

É poeta quem escreve ou diz

Formas do verbo “amar” conjugado

 

Mesmo se alguém se sente infeliz

Porque muito ama sem ser amado

Até com a dor o amor condiz

 

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 15 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro

 

 

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Rei Midas do Amor

 


Rei Midas do Amor

 

Novo Midas gostaria de ser

Poder em tudo quanto tocar

No mais fino dos oiros transmutar

Bastando, para tanto, meu querer

 

Começaria por dar de comer

A tantos que a fome faz penar

Jóias em pão ia transformar

E todo o mundo abastecer

 

Tudo convertia em alegria

À vida mais triste e sem sabor

Nova vontade de viver daria

 

Mitigar a mais dolorosa dor

A todos nos deu, Deus, essa magia

Basta em tudo tocar com Amor

 

Vale de Salgueiro, sábado, 23 de Agosto de 2008

Henrique António Pedro