Que
somos e que é nosso, afinal?
Somos, é sabido, mais que carne e
osso
Embora, na verdade, nada seja nosso
Saber, então, o que somos nós, afinal
É, sem dúvida, a questão
fundamental!
Da paixão que se esfuma fica o
fosso
Do poder que nos cega resta o
desforço
Da glória que se evola é igual
Digam-me lá o que é nosso afinal?
Tão só aquilo que em nós fica gravado
Tudo o que fazemos, por mal ou por bem
Tão só o que desta vida resta, se
tem.
Poderão ser a virtude ou o pecado
Que nos marcam só a nós e a mais
ninguém
E ser-nos útil, ou inútil, no Além.
Vale de Salgueiro, 2 de Setembro de
2010
Henrique António Pedro
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