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domingo, 11 de dezembro de 2016

Uma piedosa mentira de amor



Disse-lhe que a amava
ela acreditou


Alegrou-me a alegria
que o seu espírito extravasou
em beijos
abraços

e gritos

Muito mais do que eu esperava

desse amor que a espaços

eu vinha deitando a perder

Ainda sinto remorsos

confesso

contrito
de não lhe ter dito a verdade
por pensar

que mais a faria sofrer a ela

do que a mim penar

A verdade é que amo aquela mulher
não como ela me ama a mim
mas amo-a de verdade

ainda assim

Fico à espera que seja ela a descobrir

docemente e sem penar

que não a amo como ela quer

por ser diferente o meu querer

Esta a virtude que a mim me ilude

se é que há virtude em mentir
ainda que por amor sentir


Esta a razão de ser
desta amorosa
piedosa
mentira


Perdoa-me! Amor!


Vale de Salgueiro, sábado, 12 de Junho de 2010

Henrique António Pedro


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Abra este presente





Ontem fiz anos!

E também fiz anos de facto
no ano transacto
e nos precedentes

Dia de anos é uma festa frequente
um dia de alegria
sem mácula de nostalgia
mais votada a viver que a morrer
a fazer anos que anos desfazer

Vivemos do encanto de quem amamos
por isso eu não os conto
nem desconto

Direi
portanto
que já nem sei há quanto
nem quantos conto ou desconto
quantos faço ou desfaço

Embora já tenha muito que contar
e continue a reclamar o quanto ainda não amei
o muito que ainda tenho para amar

Uma festa de anos é sempre um clamor de amor
que mede a idade da amizade
a força da alegria
a poesia da felicidade



Aqui deixo e não desleixo
o meu conselho
a quem for mais novo
ou da mesma idade
mais velho por feliz sortilégio

Não seja demente
faça anos sempre em festa
não conte os que lhe resta
nem ao passado remonte
que estar vivo é privilégio
e fazer anos um presente