Todas as noites
quando abro a
porta
e saio de casa
deparo com a
fascinante formosura do Firmamento
E muitas vezes
acontece
a esmagadora
dimensão do Universo
e a ordem cósmica
o sincronismo dos
astros
e a pujança da
vida que me envolve
lançarem dentro
de mim a angústia
e o caos das
ideias
Será mesmo Deus
um Ser aleatório
estatístico
probabilístico
para Quem ser bom
ou mau tanto faz
e que atende às necessidades
dos homens
conforme lhe
apraz?
Que a uns lança
no caos da dor
os condena à
inevitável miséria
e a outros
beneficia com a ilusão da glória
uma vida bem mais
sadia
premiando até
a mais desumana
rebeldia?
Ou será que não existe
no Cosmos
o caos
e que apenas mora
no espírito do homem
que só por isso
se angustia?
Sempre
em jeito de
resignação
e de admissão de
culpa subliminar
pressupondo que
cumpro um castigo
eu mesmo me
respondo
e me bem-digo
para me
tranquilizar
O caos e a dor dimanam de uma ordem menor
Uma força maior
a que chamamos
Amor
emana de uma
entidade superior