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sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Mil virgens fatais são demais



Tão curtos são os nossos passos

tão frouxos os nossos abraços

tão limitado o nosso olhar

tão falível a nossa mente

que duvido que algum dia

mesmo por fantasia

possamos deixar de ser gente

e vir

a ser

deuses                        

 

Anjos sequer

 

Muito menos se nos fizermos deflagrar

seja porque causa seja

tão pouco por uma qualquer

mulher

que seja

 

E como poderíamos nós

tirar gozo das tais mil virgens fatais

num paraíso irreal

sem pernas e sem pénis

sem braços e sem beiços

com que as pudéssemos possuir

e amar?!

 

Jamais

 

Nem mesmo imaginar

sequer

 

Trágico seria

admitir

e sorrir

 

Mil virgens fatais são demais

  

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2011

Henrique António Pedro

 


2 comentários:

  1. A nossa fragilidade humana.
    A força espiritual será sem dúvida um motor que nos ajudará a manter sempre o ritmo das coisas,mas sabemos porem do seu fim.

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  2. Belíssima poesia caro poeta! Parabéns! Adorei seu espaço!Abraço

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