terça-feira, 21 de julho de 2020
Racismo
segunda-feira, 13 de julho de 2020
A monção não traz a paz
quarta-feira, 24 de junho de 2020
Maria Soledade
Maria Soledade
in Mulheres de Amor Inventadas (1.ª Edição,
Outubro de 2013)
Marcámos
encontro para o sítio de sempre
embora de antigamente
num banco de jardim à beira do passado
que como
sempre
embora antigamente
se encontrava desocupado
Ambos na ilusão de que voltaríamos a passear de barco
abraçados
como cisnes enamorados
Eu
ansioso
julgava
reconhecê-la em cada transeunte
que
se aproximava
e que tentava reconhecer-me
Ela
ainda
assim
já
se encontrava sentada no banco ao lado
há tanto tempo quanto eu
sem que eu a tivesse reconhecido a ela
nem
ela a mim
Eu escutava
sim
os
seus pensamentos
que eram eco dos meus
Mas não!
Não era ela aquela que eu amei
ela não era aquela que me amou
eu não era aquele que ela amou
nem eu era aquele que a amou a ela
Acabámos por voltar a partir
sem sequer sorrir
como se nem um nem o outro
tivéssemos comparecido ao encontro
Embora continuássemos convictos
de que ainda nos amávamos
Como sempre
embora antigamente
segunda-feira, 22 de junho de 2020
Valquíria Sigrdrifa
segunda-feira, 25 de maio de 2020
A feia bonita Beatriz
quinta-feira, 21 de maio de 2020
Não tapem os buracos da minha rua
Não tapem os buracos da minha rua
que eu quero ver
neles reflectidos
o Céu
o Sol
as Estrelas
e a Lua
sempre que chover
Quero ver as nuvens a passar
empurradas pelo vento
e viajar com elas
em pensamento
Que eu quero ver
da minha janela
por detrás da vidraça
os salta-pocinhas
videirinhos
os pisa flores
a saltar de pedra em pedra
tão cheios de graça
e cautela
que acabam por pisar
na merda
Quero ver as damas emproadas
vaidosas de tanto asseio
a pavonear-se no passeio
ciosas da sua fama
serem salpicadas de lama
se algum carro passar
a alta velocidade
sem lhes ligar
Que eu quero poder manter
a irreverência de criança
e sorrir
com a esperança
de que a Humanidade
acabará por banir
a hipocrisia
e governar-se pela Verdade
Quero eu poder viver a vida
com poesia
sem forçar o destino
e tornar a ser menino
sempre que me aprouver
sexta-feira, 15 de maio de 2020
O dedo do vírus
domingo, 26 de abril de 2020
E se eu lhe chamar “filho da mãe”?
quinta-feira, 23 de abril de 2020
Aponta-lhe um poema à cabeça e dispara!
terça-feira, 21 de abril de 2020
Já não basta votar!
Já não basta votar
O País está em crise
O Povo esfomeado
A Nação a definhar
À espera de salvação
O Estado foi espoliado
A Pátria expatriada
A República traída
A Democracia viciada
A Família pervertida
A Língua apunhalada
A Justiça adulterada
Votar é branquear a situação
É preciso fazer mais, mais e mais
Nas ruas
Nas urnas
Nos tribunais
E nas redes sociais
Urge forçar o fim da corrupção
Que o Povo assuma seus direitos de novo
Os deveres de cidadão
Portugueses, gritai basta!
Gritai não!
A Bem da Nação
É forçoso votar bem
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 21 de Janeiro de 2011
Henrique Pedro
terça-feira, 7 de abril de 2020
Os donos do mundo andam a brincar com o fogo
Embriagados de
poder
De fausto e falsa
glória
Russos,
americanos e chineses
Julgam-se deuses
Os maiores da
História
Fiam-se na força
da arma nuclear
Nas suas guardas
pretorianas
Nas legiões de
bombistas suicidas
Nas ensandecidas massas
insanas
Ameaçam por o Planeta
a arder
Tudo deitar a
perder
E com ódio, vírus
e petróleo
Imolar a
Humanidade
Na pira da sua imoralidade
Serão donos do
mundo e da guerra
Mas não são
senhores da Terra
A turba que por
ora lhe bate palmas
Lhes comerá os ossos e as entranhas
E ss labaredas do
inferno eterno
Lhes consumirão
as almas
Não conhecem a
palavra amar
Para eles uma
vida não vale uma palha
Mandam matar quem
lhes resiste
Os donos do mundo
brincam com o fogo
O trágico jogo do
Apocalipse
Que a Senhora de
Fátima nos Valha!
terça-feira, 31 de março de 2020
Plantemos poemas nos pântanos
sábado, 21 de março de 2020
Poeta não é profissão
Poeta não é profissão
Não
É predisposição
Estado de alma
Força da natureza
Forma de beleza
Ser poeta é como ser herói
Santo
Explorador
Aventureiro
Pioneiro da conquista do Everest
Ainda que a sua poesia não preste
Nenhum poeta se alimenta
Do pão amassado com os poemas
Que escreve
O poeta acende o espírito
Com a poesia
De que se veste
Com fantasia
O poeta é um visionário diletante
Porque a vida é um fluxo
E um refluxo
Constante
De poesia
E vento
Poeta não é profissão
E a poesia não é entertenimento
Ou ocupação
O poeta é missionário
Voluntário
E a poesia
Missão
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 15 de Abril de 2010
Henrique Pedro
sexta-feira, 13 de março de 2020
Deitei-me nu com a minha amada nua
(Desenho de carvão em papel, intitulado e datado de 1939, Almada Negreiros)
Naquela
leda madrugada
deitei-me
nu
com
a minha amada
nua
despidos
de tudo
vestidos
de nada
O amor
nos despiu de nós
a
sós
a
sonhar
e a
Lua nos vestiu
de
luar
Ela
me envolveu e fascinou
com
sua pele
de
mel
e eu
cobri-a com a minha
empoada
de pós de brilhantina
fluorescência
da
inocência
que
toda a noite nos iluminou
em
eterna fantasia
E o
Sol não se pôs
nesse
dia
Vale
de Salgueiro, sexta-feira, 24 de Abril de 2009
Henrique
António Pedro