Eu?! Sou um proto deus, um Prometeu!
Sei
aquilo que sinto
Sinto aquilo que sou
Sou
aquilo que sinto
Sou
aquilo sou
Sou
um proto deus cartesiano
Um
Prometeu agrilhoado
Se
minto a mim mesmo minto
A
mim mesmo me engano
Deslumbrado
Sinto,
penso, com o coração, as veias, as artérias, as células, o cérebro e a razão,
os instintos e os afectos.
Sinto
dor em cada poro e sofro com cada.
Sou algo que se abre como uma flor no meio de
uma floresta de dor, de angústia, suposta felicidade e amor.
Uma larva que se metamorfoseia em alegria e sofrimento, vida e fantasia.
Olho o
Sol a contra luz
Do
lado de cá da vidraça do Firmamento
Mas cego
Sem
ver a Deus
Apenas
vislumbro a sombra de mim
A
sombra do meu espírito
Batido
pela luz de Deus
O amor
de Jesus Cristo
Por
isso me ensimesmo
Me sinto
um proto deus
Em
sofrimento
Um Prometeu
contristo
Agrilhoado
à minha angústia
Devoro-me
a mim mesmo
Vale
de Salgueiro, 21 de Maio de 2008
Henrique
António Pedro