ESTA SAUDADE CADELA
Esta saudade cadela
morde-me e ladra-me
a toda a hora
furiosa
e não me deixa
dormir
Em vão tento amansá-la
imaginando a minha
amada
saudosa
a sorrir-me
amorosa
a escrever este
aerograma
que agora tenho na mão
e em que me diz que
me ama
Aerograma que leio e
releio
e mas mais me enleio
nesta cruel
nostalgia
saudade cadela
insidiosa
que à lua ladra à toa
Só mesmo a poesia
dá conta dela!
Nangololo, Cabo Delgado (Norte de Moçambique), Agosto de 1972
Henrique António Pedro
In Anamnesis (1.ª Edição: Janeiro de 2016)
Que lindo poema. Transporta-nos para o tempo da mocidade e do tempo dos aerogramas militares, das madrinhas de guerras, do tempo do ultramar,quando o futuro era muito incerto. Parabéns, gostei muito.
ResponderEliminarAgradeço a simpatia da sua visita e a generosidade de suas palavras, distinto amigo Serafim. Abraço.
EliminarUma guerra colonial anacrónica que fez sofrer inutilmente milhares e milhares de pessoas....
ResponderEliminarDeixo aqui os meus parabéns pela condecoração e os meus agradecimentos por nos ter liberto da ditadura.
As guerras são por natureza dolorosas e, portanto, indejesejáveis. Agradeço a sua visita simpática e o comentário generoso. Abraço.
EliminarBoa noite! Não percebo porque o Henrique Pedro não tem visibilidade a nível nacional, sendo um dos melhores transmontanos e os seus romances cativam-nos. Cada vez me convenço mais que não conseguimos ser «profetas na nossa terra». Mas, o caminho faz-se caminhando, por isso, vamos andando. Parabéns pela sua escrita poética e pelos seus romances. Jorge Lage
ResponderEliminarEstimado amigo Jorge Lage: a visibilidade é o que menos importa. Importante é mesmo é a troca de ideias e a amizade. Agradeço a sua visita e as palavras elogiosas. Abraço.
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