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segunda-feira, 27 de março de 2023

À hora do despertar dos mágicos

 


À hora do despertar dos mágicos

 

A luz da Lua

coada pela neblina

não chega a ser luar

sequer

 

É tremulina a tremeluzir

nas águas do lago

que a brisa faz ondular

 

Cantamos e dançamos

nus

dementes

de mão dada

quase até de madrugada

 

Eu e minha amada

 

Qual faunos fosforescentes

por entre árvores despidas

plantadas hirtas no nevoeiro

 

Até que os mágicos despertem

à hora em que os humanos devem ir dormir

e deixar livre o terreiro da imaginação

seu privilégio

nosso sortilégio

nossa humana condição

 

É a hora de regressar a casa

cabisbaixos

resignados

calados

doridos

arrependidos

de alma em brasa

expulsos do fantástico paraíso

pelo trágico juízo mágico

 

Outro é o nosso lugar

 

Vale de Salgueiro, sábado, 23 de Janeiro de 2010

Henrique António Pedro

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