Almas
em que nunca
floriu uma flor
um sorriso
sequer
Desertos
despidos de vida
e de amor
onde ainda
ninguém nasceu
e também
ninguém morreu
Espaços
gelados
mergulhados
no silêncio
do nada
que só os
poetas ouvem
e entendem
Locais onde
não há guerra
nem paz
onde a
própria Terra
jaz
temendo ser
perpassada
por uma nova
auto-estrada
Locais
em que a
Natureza
ainda se faz
ouvir com aspereza
desumanizada
por onde só
o poeta caminha
e faz sentir
a sua
tempestade interior
soltando
ventos
poemas
afectos
saudades
angústias
dilemas
e dores
É nesses
plainos ermados
desarmados
que procuro
abrir caminho
a pé
a passo de
criança
À procura de
novos planos interiores
em que sejam
perceptíveis
sinais de fé
e de esperança
Hiperespaços
de poesia
e de nostalgia
nos quais a soledade
e a solidão
sejam sinais
visíveis
de
humanização
Povoo
com poemas
a minha
solidão