No
exacto instante em que pousas a vista neste primeiro verso
anota
o tempo
e
regista o local preciso do Universo
em
que te encontras
Coloca
um cronómetro a contar
Lê bem
alto
em
silêncio
para
ti
este
poema
por
forma a ser ouvido por todas as partes do teu ser
Nota
que não sou eu que falo contigo
e que
a mim
tão
pouco
sequer
me
podes imaginar
És
tu que fantasias
e
vives poesia ao vivo e em tempo real
Quem
escreve apenas exterioriza o que o próprio sente
a menos
que se coloque no teu lugar
O
poeta real és tu que lês
sentes
interiorizas
e te
pões a divagar
Tu
que te libertas de ti
do
mundo
e
cavalgas no vento
Tu
que te ergues por dentro
para
viver aventuras impossíveis de contar
Tu
que a ti muito te estimas
que
não se atém a uma palavra
a
um som
a
uma rima
e tudo
te serve para poetar
Tu
que reduzes o espaço a um abraço
e o
tempo a uma eternidade
Para
o cronómetro agora
Por
certo nem deste pelo tempo passar
Terão
sido segundos
ou foi
uma eternidade?
Estives-te
aí ou noutro lugar?
Eu
não sei
Apenas
sei que acabaste de me abraçar
Vale
de Salgueiro, sábado, 15 de Junho de 2013
Henrique
António Pedro
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