segunda-feira, 2 de novembro de 2015
A quem devo perguntar?
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
A angústia maior é a Lua
sábado, 24 de outubro de 2015
O universo tem tamanho e forma de verso
sábado, 3 de outubro de 2015
Ar a voar pelos ares
Ar a voar pelos ares
É ar a voar pelos ares
o vento
É sopro que atiça o fogo
É instrumento de sopro
a tocar
pulmão do talento
de soprano a cantar
perfume a tear o lume da paixão
É ave
de asas
a adejar
É pensamento
o vento
a soprar por nós a dentro
É pé de povo revoltado
É balão insuflado de vaidade
até rebentar
É odre podre a peidar
É fole a soprar
sem ter nada dentro
É verdade
o vento
a varrer o lixo prolixo
das ruas do nosso viver
É nuvem de lágrimas
à procura de regaço
onde se verter
É respirar ofegante
de quem quer vencer
É ar a voar pelos ares
É ar em movimento
o vento
Vale de Salgueiro, sábado, 24 de
Janeiro de 2009
Henrique António Pedro
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Poema para uma poetisa de Entre Douro e Minho
Pergunta-me qual o
caminho da felicidade
uma poetisa amiga
de Entre Douro e
Minho
É o da poesia
deixe-me que lhe
diga
já que nos leva a
toda a parte
sem nos levar a lado
nenhum
ainda que seja certo
que a algum lado nos leva
A felicidade não
exista em nenhum outro espaço
que não seja no
regaço de nossa mãe
e quiçá
no Além
embora cada um
tenha a sua própria convicção
de que será feliz um dia
sem condição
num qualquer lugar
Poesia que é uma emanação
do amor
que existe em todo o
lado
Por isso o insulto e
a cobardia
jamais serão poesia
porque apenas geram
dor
E a palavra obscena
que mina
e contamina
a amizade
nunca será poesia nem
verdade
tão pouco dilema
antes obscenidade
Aqui por Entre Douro
e Minho
está demarcado o
espaço
traçado o destino
de quem como nós ouve
dentro de si
a voz desse
telurismo maior que é a poesia
manancial de
felicidade
Vale de Salgueiro, sábado,
6 de Março de 2010
Henrique António Pedro