É
ar a voar pelos ares
o
vento
É sopro
que atiça a brasa mortiça
É
instrumento de sopro
a
tocar
talento
do pulmão de soprano a cantar
perfume
a atear o lume da paixão
É
ave de asas a adejar
É
pente que de repente despenteia
a cabeleira
da mulher
e que
sem querer
lhe
dá poético parecer
É
pensamento
o
vento
a
soprar por nós a dentro
É pé
de povo revoltado
É balão
de vaidade insuflado
até
rebentar
É
odre podre a peidar
É
fole a soprar
sem
ter nada dentro
É
verdade
o
vento
a
varrer o lixo prolixo
das
ruas do nosso viver
É
nuvem de lágrimas
à
procura de regaço
onde
se verter
É respirar
ofegante de quem quer vencer
É
ar a voar pelos ares
O
vento
é
ar em movimento
Vale de Salgueiro, sábado, 24 de Janeiro de 2009
Henrique António Pedro
Que lindo!!
ResponderEliminarMuito bom!. Parabéns e obrigada pela partilha.
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