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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A quem devo perguntar?


 

 

Ando perdido
desde que ganhei consciência de mim
e do mundo
e experimentei a dor
e o amor

A quem devo perguntar
quem sou
donde venho
para onde vou
sendo assim?

O que devo fazer?

O que faço aqui?

Minha mãe respondia-me com beijos
e afagos
com sorrisos vagos
e angústia
por tanto me amar

Meu pai
com o suor do rosto
em cujas gotas refulgia o luar

A ciência
quanto mais me mostra
mais me esconde

A quem devo continuar
a perguntar
então
senão a mim e a Deus
no mais fundo do meu coração?

Quem mais alguém será capaz de me responder?

1 comentário:

  1. Quando se vai a inocência em troca da consciência, do questionamento, da busca de nós mesmos, de quanto nos rodeia, das verdades que nos dizem infalíveis e logo se desdizem....começa o grande tormento de viver no gume do abismo, procurando um fio que nos guie.
    Um dia descobriremos que nenhuma verdade o é para sempre, pois quanto somos e nos rodeia constantemente se redescobre. E que o único fio que nos prende é a nossa consciência.
    Nada nos é dado, temos de trilhar o nosso próprio caminho.
    É tão belo quanto profundo este teu poema!
    Voltarei muitas vezes ao teu poemário, Querido amigo António Pedro!

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