Ando perdido
desde que
ganhei consciência de mim
e do mundo
e experimentei
a dor
e o amor
A quem devo
perguntar
quem sou
donde venho
para onde vou
sendo assim?
O que devo
fazer?
O que faço aqui?
Minha mãe respondia-me
com beijos
e afagos
com sorrisos
vagos
e angústia
por tanto me
amar
Meu pai
com o suor do
rosto
em cujas gotas
refulgia o luar
A ciência
quanto mais me
mostra
mais me
esconde
A quem devo
continuar
a perguntar
então
senão a mim e
a Deus
no mais fundo
do meu coração?
Quem mais
alguém será capaz de me responder?
Quando se vai a inocência em troca da consciência, do questionamento, da busca de nós mesmos, de quanto nos rodeia, das verdades que nos dizem infalíveis e logo se desdizem....começa o grande tormento de viver no gume do abismo, procurando um fio que nos guie.
ResponderEliminarUm dia descobriremos que nenhuma verdade o é para sempre, pois quanto somos e nos rodeia constantemente se redescobre. E que o único fio que nos prende é a nossa consciência.
Nada nos é dado, temos de trilhar o nosso próprio caminho.
É tão belo quanto profundo este teu poema!
Voltarei muitas vezes ao teu poemário, Querido amigo António Pedro!