Quando a minha alma
se ausenta para viajar
Há momentos em que nada sinto a doer
nenhuma espécie de dor
nem frio nem calor
nenhum desejo
nenhum motivo de prazer
nenhuma angústia
nenhuma ansiedade
nem antevejo nenhuma contrariedade
Momentos em que a minha proverbial amargura
anda fora
pela rua
e eu desisto de encontrar a verdade
Momentos em que a minha indiferença é tamanha
que me chega a parecer estranha
Que será que aconteceu?
Que estará para acontecer?
Não sei nem quero saber
A envelhecer ando desde que nasci
morrer ainda não morri
e a vida até me sorri
Talvez seja isso mesmo
isso tudo
nada de isso
ou não seja coisa nenhuma
Talvez seja só espuma de poesia
nem tristeza nem alegria
pura fantasia
sem os habituais dilemas
Talvez seja só a minha alma
que se ausenta para viajar
mas deixa a consciência em “stand by”
E como nada entra ou sai
do coração
a razão põe-se a regurgitar poemas
Vale de Salgueiro, sexta-feira, 7 de Maio de 2010
Henrique Pedro
In “Introdução à Eternidade”
Quando l’anima
mia si assenta per viaggiare
(Tradução para italiano por Manuela Romano)
Ci son momenti
in cui nulla mi duole
nessuna specie di dolore
né freddo né calore
nessun desiderio
nessun motivo di piacere
nessuna angustia
nessuna ansietà
né prevedo nessuna contrarietà
Momenti in cui la mia proverbiale amarezza
se ne va
per la via
e io rinuncio a trovare la verità
Momenti in cui
la mia indifferenza è così enorme
che giunge ad
apparirmi abnorme
Che mai sarà
accaduto?
Che starà per
accadere?
Non so né lo
voglio sapere
Ad invecchiare
mi avvio da che son nato
morire ancora non son morto
e la vita fin qui mi ha sorriso
Sarà forse proprio questo
tutto questo
niente di questo
o non è niente del tutto
Sarà forse solo schiuma di poesia
né tristezza né allegria
pura fantasia
senza i soliti dilemmi
Sarà forse solo la mia anima
che si assenta per viaggiare
ma lascia la coscienza in “stand by”
E siccome nulla entra o esce
dal cuore
la ragione si mette a riversar poemi