O Império derradeiro da História
Que agora se esvai na memória
Os imolou
Sem lamento
E com eles se sepultou
No ataúde comum
Do esquecimento
Em lugar nenhum
Negros, brancos, amarelos
Sacrificados agnelos
Morreram de pé
Nas matas de Moçambique e de Angola
Nas olas da Guiné
Trespassados de balas
E por lá ficaram defuntos
Abandonados
Esquecidos
Insepultos
Que evangelho ou sortilégio
Que adulterada verdade
Que insana vontade
Que espúrio desígnio
Que místico saltério
Lhes traçou o destino
E os abandonou assim?
Sem choros
Ilusões
Raivas
Risos
Ou ranger de dentes
Apenas os corações penitentes
Distantes
De quem os amava
Pais, irmãos, amigos, amantes
A bater frementes
Ceifados na flor da idade
Viveram com frenesim
A sua trágica mocidade
Os derradeiros guerreiros
Do Ultimo Império da História
A pátria eterna os engrandece
E sente
A nação presente os desmerece
E esquece
A sua vida é uma vitória!
Inglória!
Ainda assim
Vale de Salgueiro, quinta-feira, 26 de Março de 2009
Henrique António
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