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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Quando a minha alma se ausenta para viajar

 


Quando a minha alma se ausenta para viajar

Há momentos em que nada sinto a doer
nenhuma espécie de dor

nem frio nem calor
nenhum desejo
nenhum motivo de prazer
nenhuma angústia
nenhuma ansiedade

nem antevejo nenhuma contrariedade


Momentos em que a minha proverbial amargura
anda fora

pela rua
e eu desisto de encontrar a verdade

Momentos em que a minha indiferença é tamanha

que me chega a parecer estranha


Que será que aconteceu?
Que estará para acontecer?

Não sei nem quero saber

 

A envelhecer ando desde que nasci
morrer ainda não morri
e a vida até me sorri

Talvez seja isso mesmo

isso tudo

nada de isso
ou não seja coisa nenhuma

Talvez seja só espuma de poesia
nem tristeza nem alegria
pura fantasia
sem os habituais dilemas

Talvez seja só a minha alma

que se ausenta para viajar
mas deixa a consciência em “stand by”

E como nada entra ou sai

do coração
a razão põe-se a regurgitar poemas

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 7 de Maio de 2010

Henrique Pedro

In “Introdução à Eternidade”

 

Quando l’anima mia si assenta per viaggiare

(Tradução para italiano por Manuela Romano)

 

Ci son momenti in cui nulla mi duole

nessuna specie di dolore

né freddo né calore

nessun desiderio

nessun motivo di piacere

nessuna angustia

nessuna ansietà

né prevedo nessuna contrarietà

 

Momenti in cui la mia proverbiale amarezza

se ne va

per la via

e io rinuncio a trovare la verità

 

Momenti in cui la mia indifferenza è così enorme

che giunge ad apparirmi abnorme 

 

Che mai sarà accaduto?

Che starà per accadere?

Non so né lo voglio sapere

 

Ad invecchiare mi avvio da che son nato

morire ancora non son morto

e la vita fin qui mi ha sorriso

 

Sarà forse proprio questo

tutto questo

niente di questo

o non è niente del tutto

 

Sarà forse solo schiuma di poesia

né tristezza né allegria 

pura fantasia

senza i soliti dilemmi

 

Sarà forse solo la mia anima

che si assenta per viaggiare

ma lascia la coscienza in “stand by”

 

E siccome nulla entra o esce

dal cuore

la ragione si mette a riversar poemi

 


4 comentários:

  1. A alma viaja, e Às vezes sequer nos lembramos disso...
    Lindo poema.

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  2. Muito obrigada, Poeta, por ter re-publicado a tradução, que fiz deste belíssimo poema em Maio 2012.
    Desejo-lhe tudo de bom e o cotidiano milagre da Poesia.
    Abraço, Manuela Colombo

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    Respostas
    1. Eu, sim, continuo agradecido pela sua talentosa generosidade, distinta amiga Manuela. Muita saúde e alegria são os meus votos. Abraço.

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