Há
Domingos assim
sem
nada que fazer
em
que apenas vivemos
por
viver
tão
pouco pensamos
em
morrer
São
dias de manhãs enubladas
de
montanhas submersas
em
que o Sol se passeia pelos campos
só
lá mais para o cair da tarde
Dias
em que cada um de nós
tem
um percurso próprio dentro de si
e
outros com os outros
e
todos outros mais
por
esse mundo fora
Dias
em que caminho um caminho privado
num
mundo meu, privativo
onde
vivo livre e cativo
Mundo
em que tudo gira à volta de mim
num
vórtice interior demolidor
aflitivo
que
varre o próprio Universo
do
espaço-tempo
Quando
assim é
deixo-me
ficar quedo
parado
com
cara de enterro
a
pensar
e a
esfregar o nariz
Sem
me sentir triste
ou
alegre
tão
pouco angustiado
apenas
cismado
e devaneio
Como
quando como hoje morre alguém
que
pouco ou nada me diz
mas
que ainda assim homenageio
A
propósito:
- A que horas é o funeral?
Vale
de Salgueiro, domingo, 7 de Novembro de 2010
Henrique
António Pedro