Gosto de a
encontrar
de por ela passar
de a ver sem
olhar sequer
e sem lhe falar
Gosto de ver que
também ela me vê
mas que não me
olha
que sorri para
dentro de si
fingindo não me
conhecer
Vemo-nos sem nos
olhar olhos nos olhos
em simultâneo
mutuamente
A mim muito me
apraz assim amar
fingir que a não
vejo
quando mais a
desejo
Percebo
que também ela
fica contente
por me ver
sem, contudo, me olhar
Que fica em paz
como eu
certamente
só por me
encontrar
Feliz por me ver
sem me olhar
também a ela
apraz
esta forma de
amar
certamente
Perspicaz
ela nada me diz
e eu por castigo
nada lhe digo
Obviamente
Henrique António Pedro
( 2010)
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