Guardámos três dias
cumprindo a tradição
para comprovadamente verificarmos que
morrera
Foi então que a mulher
por quem eu andara apaixonado
e que só agora
de mim
se enamorara de verdade
removeu a pedra do sepulcro
em que se convertera o meu coração
depois que ali eu sepultara
essa derradeira paixão
Espantada, exclamou:
«Está vazio! Tu não me amas e nunca amaste
ninguém!»
Com ternura respondi:
«Não! A paixão morreu, sim, mas o amor,
esse, ressuscitou!»
«Vive, agora, em mim. Será que em ti, também?»
Apenas a paixão, a raiva, a ilusão morrem
para sempre
levadas pelo vento
diluídas no tempo
O amor
esse
nunca morre
não!
A paixão sem amor é pecado
O amor à paixão abraçado
é Salvação
Vale
de Salgueiro, domingo, 12 de Abril de 2009
Henrique
António Pedro
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