Penoso era, para mim,
seguir viajem
Para a outra margem
Do meu amado rio
Rabaçal
Mal chegavam ao fim
As férias de
Carnaval
Deixava por isso a
folia
Com cara de quem
partia
Triste, desencantado
Tendo pela frente o
além
Era assim que me despedia
Quando a montada já seguia
Em passo estugado
Aperta, aperta!
O tempo escasseia
Fique para trás a
aldeia
Adeus, adeus, adeus minha
mãe
Até breve oliveiras
cinzentas
Tristes, meigas e
serenas
Minhas partidas são
lentas
Pois me custa partir
Vendo as sombras das
penas
A toldarem o porvir
Aperta, aperta!
O tempo escasseia
Fique para trás a
aldeia
Adeus, adeus, adeus minha
mãe
Vale de Salgueiro, Carnaval
de 1959
Henrique António Pedro