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quarta-feira, 26 de junho de 2024

Dentro de mim não há céus nem infernos


Dentro de mim não há céus

nem estrelas

nem galáxias

nem infernos

 

Dentro de mim

sob a minha pele

há apenas ossos

músculos

vísceras

veias

nervos

e nada mais que releve

 

No meu coração flui apenas sangue

e não ódio

ou paixão

 

No meu cérebro nem uma agulha se intromete

tão pouco o vazio

o nada

de que nada sei

 

Mas dentro de mim abre-se uma janela larga para Deus

por onde o espírito

entra

e sai do meu eu

mesmo de olhos fechados

de ouvidos tapados

e de tacto entrapado

 

Deus mora dentro de mim

e não no Céu

 

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 6 de Dezembro de 2010

Henrique António Pedro 

in Introdução à Eternidade (1.ª Edição, Outubro de 2013)

 

 

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