Numa destas
noites mágicas de verão
caminhava eu de
mão dada com a minha amada
ambos na doce
ilusão de que éramos livres
estando nós
prisioneiros do nosso amor
e encarcerados
além do mais
na etérea redoma a
que chamamos abóbada celeste
que ainda mais nos
acicata o espírito
e nos põe a sonhar
Paro para a
beijar
dou-me conta de
que bruxuleiam estrelas
no seu olhar
Sendo que cada
estrela minúscula
é um mundo imenso
que assim se disfarça
e que cada bruxuleio
esconde um número astronómico
anos-luz de tempo
e distância
Também no amor se
confundem o espaço e o tempo
e por isso a
unidade de medida do amor
é o amor-luz
Tudo isto reluz
na luz do olhar
da minha amada
quando com ela
caminho de mão dada
se reflicto e
releio
Ao amor o
universo infinito se reduz
Vale de
Salgueiro, quinta-feira, 26 de Junho de 2008
Henrique Pedro