Cada poema que escrevo
é um fósforo que risco
na noite dos dias
sem luz
Ouço-lhe o ruído breve
característico da ignição
tento por proteger a chama
pequenina
com a concha da mão
o tempo suficiente para acender um círio
de amor sem martírio
num outro coração
Sonhando que arde
aquece
ilumina
anima
e já ninguém mais esquece
porque se ateia
se ata
a outra e outra candeia
em cadeia
É a fogueira da poesia
a chama da ideia
a iluminar a Terra inteira
Mas oh, Deus!
Quantas vezes cada poema que escrevo
é como se fora um fósforo que risco
para acender um cigarro
a que me amarro
para deixar arder
para esquecer
E que arde
sem se ver
Vale de Salgueiro, quarta-feira, 27 de Outubro de 2010
Henrique Pedro
Boa tarde.
ResponderEliminarPoema perfeito. Parabéns poeta.
Bjos
Votos de uma óptima Terça-Feira