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domingo, 2 de dezembro de 2018

Em Dezembro





Em Dezembro o Inverno é um inferno
frio e cinzento
contratempo

A alegria é triste
e o silêncio é denso
pesado
compassado

As noites são longas
e os dias
longos crepúsculos
opúsculos de impaciência

É tempo de reflexão
hora de resistir à impaciência
de despir por dentro
e vestir por fora
como se nos estivéssemos a despedir
sem saber para onde ir

Em Dezembro
as abelhas dormem nas colmeias
em suas celas de cera e mel
à espera da Primavera

Já as primeiras flores de laranjeira
nascidas a destempo
foram sacrificadas o vento gélido
e à geada
do Inverno cruel

Como o primeiro amor
que ainda em flor
foi tolhido pela intempérie
e atirado ao vento
num insano gesto
impensado pensamento

Em Dezembro
o vento é um longo lamento


Vale de Salgueiro, sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
Henrique Pedro


2 comentários:

  1. Bom dia. Mais um poema de excelência:)) Adorei...

    Hoje : Dança...leviandade minha...
    Bjos
    Votos de uma óptima Segunda - Feira

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  2. Lindo poema,pena que o primeiro amor foi tolhido pela intempérie e o vento levou.Mas,tenho uma solução para o fim desse problema, assobia que o vento me leva para seu poema e o fim sera maravilhoso porque você conheceria o seu segundo amor.

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