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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Aponta-lhe um poema à cabeça e dispara!



Acaba com ele
com poesia
e de vez

Aponta-lhe um poema à cabeça
dispara
e pronto
tudo se consuma
e esfuma 
com alegria
talvez

Que descanse em paz
e sem dor
o imundo político dono do mundo
pequeno
paralítico 
grande
infame 
tanto faz

Dissolve-lhe os ossos o tempo
dilui-lhe o poder o vapor
da morte
triunfa o evento maior
o Amor

Com um pouco de sorte
a Liberdade vai continuar a soprar
sobre a Terra
enquanto houver ar para respirar
pão para comer
poesia para compor
e declamar
e sonhos para sonhar

O poderoso maior
é tão pequeno como nós

Ande por onde ande
só a Verdade é grande

Vale de Salgueiro, segunda-feira, 25 de Outubro de 2010
Henrique Pedro

terça-feira, 21 de abril de 2020

Já não basta votar!



É preciso fazer mais, mais e mais
Já não basta votar

O País está em crise
O Povo esfomeado
A Nação a definhar
À espera de salvação

O Estado foi espoliado
A Pátria expatriada
A República traída
A Democracia viciada
A Família pervertida 
A Língua apunhalada
A Justiça adulterada

Votar é branquear a situação
É preciso fazer mais, mais e mais
Nas ruas
Nas urnas
Nos tribunais
E nas redes sociais
Urge forçar o fim da corrupção
Que o Povo assuma seus direitos de novo
Os deveres de cidadão

Portugueses, gritai basta!
Gritai não!

A Bem da Nação
É forçoso votar bem

             Vale de Salgueiro, sexta-feira, 21 de Janeiro de 2011
             Henrique Pedro




terça-feira, 7 de abril de 2020

Os donos do mundo andam a brincar com o fogo



Embriagados de poder

De fausto e falsa glória

Russos, americanos e chineses

Julgam-se deuses

Os maiores da História

 

Fiam-se na força da arma nuclear

Nas suas guardas pretorianas

Nas legiões de bombistas suicidas

Nas ensandecidas massas insanas

 

Ameaçam por o Planeta a arder

Tudo deitar a perder

E com ódio, vírus e petróleo

Imolar a Humanidade

Na pira da sua imoralidade

 

Serão donos do mundo e da guerra

Mas não são senhores da Terra

 

A turba que por ora lhe bate palmas

 Lhes comerá os ossos e as entranhas

E ss labaredas do inferno eterno

Lhes consumirão as almas

 

Não conhecem a palavra amar

Para eles uma vida não vale uma palha

Mandam matar quem lhes resiste

Os donos do mundo brincam com o fogo

O trágico jogo do Apocalipse

 

Que a Senhora de Fátima nos Valha!


terça-feira, 31 de março de 2020

Plantemos poemas nos pântanos



Não fiquemos à espera

Nos pântanos
onde vegetam vícios e vírus
por toda parte
onde germina a dor
e a paz
jaz
plantemos poemas de amor

Florirão flores-de-lis 
e de lótus
ao que o coração me diz
já na próxima Primavera

E não haverá mais fome
ou guerra
sobre a Terra

E uma pandemia de alegria
iluminará de felicidade
a Humanidade

Vale de Salgueiro, domingo, 19 de Dezembro de 2010
Henrique Pedro

sábado, 21 de março de 2020

Poeta não é profissão





Poeta não é profissão
Não

É predisposição
Estado de alma
Força da natureza
Forma de beleza

Ser poeta é como ser herói
Santo
Explorador
Aventureiro
Pioneiro da conquista do Everest
Ainda que a sua poesia não preste

Nenhum poeta se alimenta
Do pão amassado com os poemas
Que escreve

O poeta acende o espírito
Com a poesia
De que se veste
Com fantasia

O poeta é um visionário diletante
Porque a vida é um fluxo
E um refluxo
Constante
De poesia
E vento

Poeta não é profissão
E a poesia não é entertenimento
Ou ocupação

O poeta é missionário
Voluntário
E a poesia
Missão


Vale de Salgueiro, quinta-feira, 15 de Abril de 2010
Henrique Pedro

sexta-feira, 13 de março de 2020

Deitei-me nu com a minha amada nua


(Desenho de carvão em papel, intitulado e datado de 1939, Almada Negreiros)


Naquela leda madrugada

deitei-me nu

com a minha amada

nua

despidos de tudo

vestidos de nada

 

O amor nos despiu de nós

a sós

a sonhar

e a Lua nos vestiu

de luar

 

Ela me envolveu e fascinou

com sua pele

de mel

e eu cobri-a com a minha

empoada de pós de brilhantina

fluorescência

da inocência

que toda a noite nos iluminou

em eterna fantasia

 

E o Sol não se pôs

nesse dia

 

Vale de Salgueiro, sexta-feira, 24 de Abril de 2009

Henrique António Pedro