Eis o Amor!
Nalgum
momento
Sentis-te
que amavas alguém
E o
declaraste
Nalgum
momento
Certamente
Também
ouviste alguém dizer que te amava
Em ambiente
cor de rosa
Á luz
das velas de uma mesa de jantar
No
tálamo nupcial
Numa amorosa
noite de luar
Ou de
um romântico pôr do sol
Tomado
de lícito desejo
Enlevado
de irresistível paixão
Em
paga de um terno beijo
Ou por
mera piedosa mentira
Na euforia
de uma vitória
Na
alegria de uma festa
Por efeito
de um copo de vinho
De uma
taça de champanhe
De uma
inopinada hormona
Ou de uma libidinosa feromona
Por piedade
ou compaixão por alguém que sofria
E cujo
sofrimento também a ti te condoía
Será
natural se assim for
Porém
Apenas
sentiste
Disseste
Ou ouviste
uma efémera imitação de Amor
Porque
Certamente
Dificilmente
algum dia
Sentiste
e declaraste que amavas alguém
Sabendo
que esse alguém nada tinha para te dar de volta
E
muito menos a quem te ofendeu
Ou
martirizou
Mas aquilo
que Jesus Cristo sentiu pela Humanidade inteira
Mesmo pela
turba que O injuriou
Pelos
algozes que O crucificaram
E o proclamou
do alto da Cruz
Exangue
e agonizante
Sem que
ninguém Lhe tenha dito que O amava
Para
lá de Sua Santa Mãe
Isso
sim é Amor
Vale
de Salgueiro, 16 de Março de 2008
Henrique
António Pedro
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