Imagem: Fernando Pessoa
Dizem que o poeta é demente
Que não vive neste mundo real
Que, qual esfinge, finge e mente
Que não passa dum louco, afinal
O poeta é um ser anormal
Bem diferente do resto da gente
Embora distinga o bem do mal
É um ser sem maldade, inocente
O poeta pugna pela verdade
Sem obedecer a nenhum poder
Tão-somente serve a liberdade
O poeta louva quem merecer
A si basta a imortalidade
E consolar a quem sente sofrer
Vale de Salgueiro, segunda-feira, 13 de Setembro de 2010
Henrique António Pedro