sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A mulher não é flor que se cheire
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Ápex
Passo horas assim
Quieto
Bem desperto
Em decúbito dorsal
fitando o tecto
do Firmamento
A brisa suave que me afaga por fora
transforma-se em vento
por dentro
Mesmo com o céu encoberto
embrenho-me em recordações
em dilações do tempo
dou volta ao mundo
Suspendo a vida
Uma estrela cadente
perdida
passa célere
ante meus olhos
Num ápice
mergulho no ápex
arrastando comigo todo o Sistema Solar
Até que ouço alguém chamar
a dizer-me que são horas de dormir
a pedir-me para voltar
antes que me perca
Mas eu já não estou ali
nem lá
nem além
nem aqui
nem cá
Estou inteiro dentro de mim
onde também cabe o Cosmos
É de lá que vejo
sinto
e ouço
o mundo que me cerca
in “Introdução à Eternidade”
Copyright © Henrique Pedro (prosaYpoesia)
1.ª Edição, Outubro de 2013
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
Dizem que o poeta é demente
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Paixão platónica
terça-feira, 13 de agosto de 2013
A feia bonita Beatriz
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Dentro de mim não há céus nem infernos
nem infernos
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Uma puta qualquer
com ar convidativo, descarada
no seu “trotoir” chamativo
de carteira a cirandar na mão
debaixo de um pinheiro manso
mesmo à beira da estrada
no frondoso parque de Monsanto
sabe-se lá em que esconso remanso
guardava ela o seu coração
Era jovem, elegante e vistosa
vestia minissaia cor-de-rosa
blusa transparente cor de salmão
não era uma puta qualquer
era sim, mais uma mulher
Eu passava a correr, ofegante
nos meus “footings” matinais
mas não lhe falava
nem ela comigo se importava
mais atenta que estava à estrada
de onde vinha o seu ganha-pão
Mas um dia … nunca mais a vi!
Qual não foi o meu espanto
quando soube pelos jornais
que fora encontrada assassinada, por ali
em pleno parque de Monsanto
Comprei uma rosa, com espinhos
da cor da sua minissaia
e quando por lá voltei a passar
pelos habituais caminhos
do meu “footing” matinal
desta vez parei, para lhe falar
como se o fizesse do habitual
para colocar a flor
com respeitoso amor
sobre um tufo espontâneo de feno
e coloridos malmequeres
Dediquei-lhe uma breve e sentida oração
e não resistindo ao impulso blasfemo
que me saiu, directo, do coração
gritei para comigo, entristecido:
- É bem “puta” a vida, para certas mulheres!
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Aposto que este poema é o mais estúpido
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Badaladas desconcertadas do coração
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Não chores por mim, Argentina!
in Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)
quarta-feira, 31 de julho de 2013
As estrelas
confrontado com o encanto
do Cosmos e da Natureza
De dia é o Sol
que desde a aurora
com esplendor e beleza
me desafia
À noite são as estrelas
e é a Lua
que de amor estua
e me alumia
As estrelas estão lá no Céu
no regaço do Universo
cobrindo todo o espaço
com seu véu
de luz e verso
e espiritualidade
Pequeninas
bruxuleantes
a chamar por mim
Lá no Firmamento
sem fim
a espevitar o meu pensamento
Pequeninas e distantes
a dizerem-me ainda assim
o que nem sei
imaginar
Por mais que ande
só serei
verdadeiramente grande
quando as alcançar
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Amar de novo
sábado, 27 de julho de 2013
Apascentando estrelas ao luar
A Lua
já ali está
esplendorosa
cheia
cristalina
desde o sol-pôr
Pousada no horizonte
ao alcance da mão
toca-me o coração
com mil estrelas a cintilar
em seu redor
como se eu fora seu pastor
O som estridente das cigarras
é agora ensurdecedor
O Sol
que espanta as estrelas
durante o dia
à noite deixa-as viver
emprestando a luz à Lua
que a Lua derrama em luar
e fantasia
O aroma do alecrim
que perfuma o vento
entra por mim a dentro
Alcanço
por fim
o topo da colina
com o espírito circunscrito
no amor de Jesus Cristo
Quedo-me por ali
a destempo
até o Sol nascer
apascentando estrelas a refulgir
no redil do meu olhar
acorrentado ao dever
olvidado do devir
Vale de Salgueiro, terça-feira, 27 de Julho de 2010
Henrique António Pedro