sábado, 7 de dezembro de 2013
Coisas que sinto que não sei o que são
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Pleno poema é o meu pinhal
Pelas minhas próprias mãos plantado
pelo suor do meu rosto
regado
cresceu livre do vil vento
do mal
pleno poema é o meu pinhal!
Pela Mãe Natureza abençoado
é cântico sublime, sibilado
que viceja no húmus ancestral
corpo, sangue, alma
universal!
Imune aos venenos que o
vento
sopra sobre a Terra mal
amada
ar de angústia e sofrimento
Das aves é guarida, sustento
de mim dádiva da vida sonhada
dom, som, sinal, aval dum novo
tempo
Vale de Salgueiro, 9 de
Abril de 2008
Henrique António Pedro
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Cantar de encantar a pedra
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Húmus de angústia
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Despeço-me. Adeus!
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Sombras de luar
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Batendo com a cabeça no Infinito
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Esta saudade cadela
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Os mais belos poemas de amor são escritos por quem não está verdadeiramente apaixonado
Muitos
poemas de amor
quiçá
os mais belos
são
textos singelos
escritos
por quem não está verdadeiramente apaixonado
Por
quem
em
rigor
a
si mesmo se engana
ou
por certo algum dia se enganou
Há mesmo
quem escreva sem saber que o diz
ou faz
julgando
ser feliz
embora
não sendo falaz
Há
quem viva na ilusão
no
desejo frustrado
na
esperança sem ensejo
na eterna
aspiração
quiçá
na simples fantasia
melhor
dizendo
não
desfazendo
na mais
pura poesia
Esta
a razão principal
pela
qual
há
tanto poeta a fingir
para
fugir
ou
se esconder
a escrever
sem saber
fantasiosa
poesia amorosa
imaginárias
dores cor de rosa
Quem
ama de verdade
vive
com tal intensidade o seu enamoramento
que
não tem arte nem tempo
para
escrever e dar publicidade
a
tal encantamento
Não
é, portanto, de espantar
que
os mais belos poemas de amor sejam escritos
por
quem não está verdadeiramente apaixonado
Vale
de Salgueiro, terça-feira, 21 de Setembro de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Oração fúnebre para um amigo
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Para onde quer que vás Luís Vaz…
O imortal
poeta da gesta da lusa gente
morreu
na miséria
indigente
Dele me lembrei quando também passei
pela
Ilha de Moçambique
a mítica
ilha do mar Índico onde Luís Vaz
“o Camões”
penou
de verdade
de mão estendida à caridade
no
regresso do Oriente
expoente
de mil desilusões
Ali havia uma estátua de bronze
erigida num recanto sem encanto
que
servia de pouso a pássaros
que
lhe defecavam na cabeça
embora
melhor sorte mereça
Não sei se ainda lá estará
se agora já não jazerá
nalgum
monturo de inutilidades
nalgum
armazém de banalidades
ou ornamentará o lar dalgum nativo
mais
imaginativo
que
nele pressentiu a magia
e o
perfume
da
poesia
Foi lá
e então
que me ocorreu este poema
embora só agora o dê a lume
porque hoje em dia
na minha
desilusão ardem
sentimentos
frustrantes
de ser
português
e também
e talvez por também eu pertencer
aos
Vaz de Vilar de Nantes onde o poeta nasceu
Luís
Vaz foi um inútil até deixar de o ser
quando
a genialidade da sua poesia
gerou ventos e marés
e construiu autoestradas de sonho
por
cima do mar medonho
Foi um verdadeiro indigente
mais mal pago que um qualquer operário
que
com mais acerto, por certo
lavrava
a terra ou caiava paredes
Foi
um sem-abrigo
um semi-anjo
um quasi-deus
um
apátrida
um extraterrestre sem interesse
a quem o soldo não bastou
para
regressar à Pátria que o enjeitou
Poeta
e soldado o foi onde houve verdade
sonho,
amor, mistério e poesia
que
um dia ergueram um Império de Humanidade
hoje
em dia sem utilidade
tanto
quanto sei
Para
onde quer que vás, ou te levem, Luís Vaz…
irmão
amigo
eu lá estarei!
Contigo!
Vale
de Salgueiro, quinta-feira, 30 de Setembro de 2010
Henrique
António Pedro
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Deixem que o amor e a água corram livremente
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Quando o coração bate à porta da alma
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
O cálice da paixão
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Pede-me que lhe escreva um poema de amor
Ela
sabe bem que o poeta fantasia
ainda
que sempre o faça por amor
e não
para enganar ninguém
Embora
só a si próprio se iluda
com
o ilusório solilóquio
com
que alivia
sua
dor
Pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema cor-de-rosa
sem
imaginar como me perturba
tal
o dilema
em
que me mete
Não
porque me não dê sedutoras mesuras e motes
estrofes
e rimas
tantos
são os seus atributos
tão
fortes os seus dotes
tão
ousados os seus decotes
ou
não fora ela toda feita de poesia
e
de prosa
Vaidosa
pede-me
ainda assim que lhe escreva um poema
cor-de-rosa
Um
poema de amor que a faça sonhar
sem
imaginar
como
me compromete
Não!
Poemas
de amor não tenho devolutos
Que
se contente com este poema de verdade
que
de amor não deixa de ser
embora
de um género mais “soft”
a que
se chama amizade!
Vale
de Salgueiro, domingo, 8 de Agosto de 2010
Henrique
António Pedro