Hoje
vou caminhar
adrede
campos fora
noite a dentro
atolar-me na lama dos caminhos
Vou esquecer que existo
votar-me ao abandono
diluir-me na Natureza
não responder a ninguém
fintar o sono
tratar as ideias com desdém
Vou deixar que a minha angústia
se misture com a água da chuva
em húmus de poesia
que as raízes das plantas a absorvam
e a convertam em seiva
Para desabrochar em flores de alegria
já na próxima Primavera
e florir em fruto lá mais para o Outono
Hoje
vou caminhar
adrede
campos fora
noite a dentro
até entrar em transe
e explodir em êxtase
quando o Sol raiar
Que belo texto! Imenso prazer em ler! Abraços!
ResponderEliminar