Nestas noites amenas e serenas
em que o espírito se embriaga de espiritualidade
e a angústia se adoça
em doce soledade
fascina-me o Firmamento
Vejo-me reflectido no imenso espelho
cristalino
que me envolve
e me toma o pensamento
Expedito
voo por ele adentro
Até que bato com a cabeça no infinito
qual insecto vagabundo
que se projecta contra o vidro
em que se vê reflectido
Também eu me iludo
e julgo ser aquele
o meu mundo
Mas depressa me dou conta
de que não tenho pernas
nem braços
nem asas
nem motor espacial
capazes de lá me levar
E que apenas se voar
por mim adentro
poderei
um dia
lá chegar
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