“Dies irae, dies illa”
Lúgubres
são os anos
Trágicos
os enganos
Adventos
de piores tempos
Nunca
houve tanta miséria
Tamanha
opressão sobre a Terra
Tão desumana
foi a guerra
Tão cruel
a carnificina
Tão
generalizada a fome
Tão
exposta a doença
Tão
desmedida a ambição
Tão
descarada a ofensa
Tão
global a maldição
Nunca
tantos aviões voaram nos ares
Tantos
rios foram aprisionados
Tamanha
a poluição dos mares
Tantas
as árvores derrubadas
Tantos
animais violentados
Tão
fundo a terra foi esventrada
Tão
generalizadamente o solo conspurcado
Quantos
mais aviões vamos pôr a voar?
Quanto
mais auto estradas vamos abrir?
Quantas
mais bombas vamos fabricar?
Quanto
mais petróleo queimar?
Quantos
mais infelizes vamos deixar morrer?
Quantos
mais animais vamos chacinar?
O coração
da legião dos famintos
E dos
moribundos excluídos do mundo
Já entoa
em tétrico silêncio
Acordes
de “dies irae”
De ira
são os dias que se avizinham…
Oh homens
e mulheres de boa vontade!
Promovei
desde já a mudança!
Dies
ira … dias de Ira
Dies ila
…dias de Esperança
Vale de Salgueiro, 6 de Dezembro de 2007
Henrique
António Pedro