Há
momentos, em que por momento
me
fascinam
o
silêncio e a solidão
Não se
trata de ficar só, abandonado
fugido
da aspereza da vida
alheado
dos sons e cores da Natureza
Falo
do isolamento interior
do
silêncio do mundo
quando
os ecos e cambiantes do Cosmos
anódinos
melhor
se espelham e ressoam dentro de mim
Sinto-me
então
sim, só
em
confronto directo comigo mesmo
eu
contra “eu”
Com os
olhos e os ouvidos
com todos
os sentidos
e
sentimentos
voltados
por momentos
para
dentro de mim
Falo então
comigo só
e com
o meu umbigo
e o
mais que consigo
é não
compreender nada
nada ver
e ouvir para lá do “eu”
Mas é
mais forte ainda assim
a
minha percepção de mim
daquilo
que sou
ainda
que não saiba o que faço
nem tão
pouco onde estou
E melhor
percebo que existo
qual
das ilusões eu não sou
E
acredito
que
bastará uma instantânea eternidade
de
silêncio e solidão
bem
fora deste inferno
para perceber
o Eterno
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