Sinto-lhe
o sopro
Finjo-me
morto
Beija-me
a pele
Besunta-me
de fel
Beija-me
os pés
Para
mos decepar
Beija-me
as mãos
Rói-me
os dedos
Rouba-me
os segredos
Beija-me
os ouvidos
Para
me ensurdecer
Beija-me
a boca
Para
me emudecer
Beija-me
o sexo
Para
me capar
Beija-me
o coração
Exangue
Chupa-me
o sangue
Beija-me
os olhos
Para
as lágrimas
Me
sugar
Beija-me
a face
Para
me desfigurar
Está
escrito
Resisto
Beija-me
de morte
Sem
me matar
Quer-me
vivo
Nem
morto nem vivo
Seu
quero ser
Vá
para onde eu for
Sigrdrifa
me persegue
Com
ardor
Beija-me
a alma
Sugar-me
o espírito
Não
consegue
Sou
um guerreiro invicto
Jamais
um proscrito
Vale de Salgueiro, terça-feira, 10 de Agosto de
2010
Henrique António Pedro
in Mulheres de amor inventadas (1.ª Edição, Outubro de 2013)
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