sexta-feira, 6 de novembro de 2015
Rio de amor a desaguar em mar de poesia
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
A quem devo perguntar?
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
A angústia maior é a Lua
sábado, 24 de outubro de 2015
O universo tem tamanho e forma de verso
sábado, 3 de outubro de 2015
O vento
É
ar a voar pelos ares
o
vento
É sopro
que atiça a brasa mortiça
É
instrumento de sopro
a
tocar
talento
do pulmão de soprano a cantar
perfume
a atear o lume da paixão
É
ave de asas a adejar
É
pente que de repente despenteia
a cabeleira
da mulher
e que
sem querer
lhe
dá poético parecer
É
pensamento
o
vento
a
soprar por nós a dentro
É pé
de povo revoltado
É balão
de vaidade insuflado
até
rebentar
É
odre podre a peidar
É
fole a soprar
sem
ter nada dentro
É
verdade
o
vento
a
varrer o lixo prolixo
das
ruas do nosso viver
É
nuvem de lágrimas
à
procura de regaço
onde
se verter
É respirar
ofegante de quem quer vencer
É
ar a voar pelos ares
O
vento
é
ar em movimento
Vale de Salgueiro, sábado, 24 de Janeiro de 2009
Henrique António Pedro
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Poema para uma poetisa de Entre Douro e Minho
Pergunta-me qual o
caminho da felicidade
uma poetisa amiga
de Entre Douro e
Minho
É o da poesia
deixe-me que lhe
diga
já que nos leva a
toda a parte
sem nos levar a lado
nenhum
ainda que seja certo
que a algum lado nos leva
A felicidade não
exista em nenhum outro espaço
que não seja no
regaço de nossa mãe
e quiçá
no Além
embora cada um
tenha a sua própria convicção
de que será feliz um dia
sem condição
num qualquer lugar
Poesia que é uma emanação
do amor
que existe em todo o
lado
Por isso o insulto e
a cobardia
jamais serão poesia
porque apenas geram
dor
E a palavra obscena
que mina
e contamina
a amizade
nunca será poesia nem
verdade
tão pouco dilema
antes obscenidade
Aqui por Entre Douro
e Minho
está demarcado o
espaço
traçado o destino
de quem como nós ouve
dentro de si
a voz desse
telurismo maior que é a poesia
manancial de
felicidade
Vale de Salgueiro, sábado,
6 de Março de 2010
Henrique António Pedro