Postado à janela
cismado
a ver chover
sem ter que fazer
nem para onde ir
entristeço
Nos campos sente-se a erva medrar
com tanto calor
e humidade
Os cães pararam de latir
os pássaros deixaram de voar
esmoreço
desolado
a ver
chover
no molhado
Há dias assim
sem alegria
nem beleza
dias em que a própria poesia
induz tristeza
nostalgia
Amiúde deito a cabeça de fora
para espreitar o céu
com desejo de partir
E assim me vou embora
sem sair
deixando-me ficar onde estou
até mais ver
Sem ter para onde ir
sem nada ter que fazer
fico à janela
cismado
a ver chover
Vale de Salgueiro, domingo,
29 de Maio de 2011
Henrique António Pedro
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