Alguém
fora do espaço e do tempo
me surpreende a lamber as feridas
do último combate dentro de mim
e me pergunta quem sou
Sou filho do Sol e de Gaia
minha bem amada mãe
e tenho a Lua por aia
Vivo do seu ar e da sua água
de angústia apresada
e de sonhos de cambraia
E componho melodias de pensamento
que tanjo com o coração
e espalho no vento
Versos de amor e amizade
poemas de verdade
gritos de razão
Olho a Lua
que iluminada
estua
nela me vejo ao espelho
e a minha vaidade se esvai
Sou filho do Sol e de Gaia
minha mal amada mãe
criados por Deus Pai
ante quem me ajoelho
em acto de contrição
De todas as criaturas sou, por isso, irmão.
Vale de Salgueiro, 14 de Fevereiro de 2008
Henrique António Pedro
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